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UMA REGRINHA DE OURO

Mons. Pedro Teixeira Cavalcante

            Santa Teresinha é doutora da Igreja e, como tal, trata de questões  profundas de teologia, embora nunca perdendo seu estilo simples e agradável. No meio de suas teorias, ela solta, cá e lá, certas normas de vida que são verdadeiras regras de ouro para nossa conduta de cristãos.

            Uma dessas regras simples e profundas diz assim:  " Se eu não posso falar bem de alguém, mal é que não falo", ou seja, só devo falar dos outros as coisas boas e nunca as coisas ruins.

            É evidente que, por motivo de função ou dever de ofício, algumas vezes, somos obrigados a falar certas coisas desagradáveis sobre alguém, mas nesses casos, a caridade deve sempre prevalecer. Nas demais situações, a regra teresiana faz um bem enorme. Bem para quem fafa e bem para quem é falado. Na verdade, que ganhamos ao falar mal dos outrros e quem somos nós para julgar as pessoas?

            Dentro de nós, há pontos que nós mesmos nem sequer conhecemos, como dizia Freud e o próprio Jesus foi claro e categórico: "Não julgueis e não sereis julgados, pois na mesma maneira que julgarmos, seremos julgados" (Mt 7,2 ) Afinal, como podemos julgar, se não fomos nomeados juízes  dos outros? Como podemos julgar as pessoas, se nosso telhado é também de vidro? Como podemos podemos falar mal dos outros se, às vezes, fazemos coisas piores? Como podemos criticar, quando não temos conhecimento perfeito das pessoas? Como podemos falar mal, quando falamos apenas porque ouvimos dizer e, talvez, por outros que têm inveja, ou até ódio de alguém?

            Falar bem poderá os mesmos motivos, mas nunca faz  mal a ninguém e só provoca paz, alegria, amizade e amor.   

 

 

MAIS UMA SANTA MARIA GORETTI NORDESTINA

Mons. Pedro Teixeira Cavalcante

            Quem disse que a juventude de hoje está totalmente perdida? Quem disse que entre os jovens do Brasil não pode haver, padres, religiosos e santos? Se alguém disse isso ou pensou assim, está totalmente enganado.

             Entre as jovens mártires brasileiras, primeiro foi a vez da catarinense Albertina Berkenbrock, nascida aos 19 de abril 1919. Albertina foi martirizada  no dia 15 de junho 1931, com a idade de doze anos, vítima  da paixão desordenada de um homem de idade, amigo e protegido de Albertina. Ela foi beatificada aos 20 de outubro de 2007. Depois, veio a irmã Lindalva  Justo de Oliveira, nascida aos 20 de outubro de 1953, no Rio Grande Norte. Irmã Lindalva foi martirizada no dia  nove de abril de 1993, e beatificada no dia dois de dezembro de 2007. Ambas as jovens preferiram  morrer a deixar manchar com o pecado seus corpos virginais, templos vivos do Espírito Santo.

            E, agora, o Nordeste está iniciando o processo canônico de mais uma jovem, que, como Santa Maria Goretti, Albertina  Berkenbrock e Irmã Lindalva, foi martirizada, aos treze anos,  para defender sua pureza, por amor a Jesus Cristo. Refiro-mel a Benigna Cardoso da Silva.

            Benigna nasceu em Santana do Cariri, Ceará, aos 15 de outubro de 1928. Tendo ficado órfã de pai e mãe, foi adotada por uma família generosa e foi viver com ela no distrito de Inhumas.

            Sua infância e adolescência foram vividas na simplicidade, na humildade  e, sobretudo, na piedade cristã. Como toda criança, gostava de brincadeiras sadias, de passeios  e de cantigas de roda. Sempre foi reservada e demonstrava uma modéstia edificante. Era generosa, alegre, serviçal e obediente.

            Fisicamente, era "magra, de olhos e cabelos  castanhos meio ondulados,  morena clara, rosto arredondado e queixo afinado. Tinha um leve estrabismo em um dos olhos."

            No próximo domingo, voltarei a escrever sobre nossa Benigna, que será, certamente, mais uma nordestina beatificada e terá as honras dos nossos altares